Nem sempre aquilo que é bom pode fazer-te bem. Da mesma forma, nem sempre o que consideras mau pode prejudicar-te.
Saber viver os dois lados é o que te permite aproveitar cada dia em plenitude.
Porque até as melhores coisas podem virar piores se não conseguires viver sem elas . Porque até as vivências mais desfavoráveis podem tornar-se vantajosas se as entenderes na tua capacidade de as ter presentes.
Tudo é relativo. A vida é um conjunto de experiências, de superações, de confirmações sobre nós próprios. Não fujas da parte mais negra que ela te mostra, aprende antes a lidar com isso.
Não percas a oportunidade de dar o melhor de ti em tudo quanto fazes.
Não, nem sempre precisas fazer bem. Peço-te apenas o que sabes, o que consegues.
Sem medos, sem receios. Vive o que desejas, o que te faz feliz, sem pensar no que és ou não capaz. Por vezes surpreendes-te, outras, pelo contrário, sais desiludido e cais. A própria desilusão é uma surpresa, é um fim das expectativas que criaste. Mas o risco faz parte da vida, e se não arriscares nunca saberás o que é viver realmente.
Talvez eu não saiba valorizar a liberdade, felizmente desconheço o que é estar preso ao que quer que seja.
Faço o que quero, digo o que me apetece. E que me perdoem os meus pais, que ainda dependo de alguns assentimentos. E que me perdoe a sociedade por acreditar, estupidamente, que não me sujeito ao que aprendo nela.
Consigo imaginar uma realidade horrível, na qual o certo e o errado se definem pelo seguimento, ou não, do pensamento, das ideias, dos valores e costumes de uma só pessoa, um tal ditador, que possui mais direitos que qualquer outro.
Talvez eu não saiba do que falo, ou melhor, tenho a certeza de que não sei.
Os livros de História não me ensinaram muito, aliás, os livros não me ensinam nada se eu não me identificar minimamente com o que leio. E a verdade é que, para minha sorte, não vivi, não experienciei o que lá está escrito. Mas os meus avós sim, e os meus pais também, e sei lá se eu não teria grandes doutores na família se eles viessem a saber mais cedo o que é isto de ser livre.
Nascemos no campo, somos gente da terra, e não teríamos tido oportunidade de ir para outro sítio, caso o quisessemos, se tudo não tivesse mudado. Estavamos tramados, limitados pela nossa origem.
Ás vezes penso em como seria "uma mulher com sorte" antes de 1974. Sinceramente, mesmo que o meu sucesso implique determinação, vontade e até um pouco de acaso, não me parece que o Destino tivesse sido o mesmo que é nos tempos de agora.
Afinal, quantas existiriam que não foram mais além do que sonhos e objectivos por cumprir? E quantas desejariam dizer isto, e outras coisas mais, e não o fizeram? Por medo, por vergonha...
Talvez eu não saiba valorizar a liberdade, mas admiro quem o sabe. Engrandeço ainda, muito mais, quem lutou por ela. Estimo quem suportou o peso de ficar calado, oprimido, tantas vezes na vontade de gritar e apelar à chegada deste dia, onde ser livre se mostra mais importante do que qualquer outra condição humana.
Nem todos os dias existem motivos verdadeiramente fortes para nos sentirmos bem, com energia.
Valorizar as pequenas coisas, é esse o segredo que, sinceramente, já não é segredo para ninguém. Um sorriso, um cheiro, um abraço, um sabor, parece que estão sempre lá. Mas, caramba, também acabam! E só compreendes que são verdadeiramente importantes quando os perdes .
Vive lá enquanto é tempo, e mesmo que a vida te der 100 razões para chorar, acabar com tudo, dá-lhe, pelo menos, mais uma para lhe provar o contrário.
Em qualquer luta ganha existe sempre algo mais da parte do vencedor. E a conquista pela felicidade é, quer queiramos quer não, isso mesmo.
Nem sempre aquilo que tu queres é aquilo que tu tens, nem sempre aquilo que tu fazes é aquilo que desejas, nem sempre aquilo que tu mostras é aquilo que és.
Experimenta agir em conformidade com as tuas crenças, os teus valores, os teus sentimentos, sem que o certo e o errado estejam presentes.
Desfruta desse momento, pois só nele vais conseguir viver intensamente.
Se te conheceres verdadeiramente, não há crítica, comentário ou, até mesmo, elogio que te venha a afectar.
Não passam de palavras, juízos acerca de ti e do teu valor por parte de outros que, muitas vezes, tu nem sequer sabias.
Trata de aprender com isso, se reconheceres alguma verdade no que te dizem, mas não caias novamente, por favor, a tentar mudar algo que, mesmo que tenha existido, já não existe.
Deixa falar quem fala, foca-te apenas naquilo que és e não no que os outros pensam que sejas.
Parecia ser perfeito, tinha tudo para dar certo. Não podia ser, em nada, diferente do que tinhas pensado. Não é?
Imaginaste o final feliz. Uma casa, uma família, um carro e, quem sabe, um emprego de prestigio.
Ele fazia parte de tudo. Todos os planos, todos os objectivos, todos os sonhos.
E agora acabou. Acabou. Acabou tudo. Podes repetir várias vezes, eu cá não me importo, desde que te convenças. Acabou, acabou tudo.
E tudo deixou de ter significado. Não é assim?
Logo tu que, se fosse preciso, ias até ao fim do mundo só para o ver sorrir. Logo tu, que deixavas para trás o que fazias se ele te pedisse. Logo tu, que esquecias o que amavas para amá-lo só a ele.
Afinal, em que é que falhaste? Logo tu, que davas a vida por ele. E deste.
Foi aí mesmo.
Esqueceste-te de ti, deixaste de ser tu, passaste a ser nós. E nós, infelizmente, não depende só de ti. E já viste o quão triste é viver tanto tempo a depender de alguém? ( Se é que isto se pode chamar vida)
Sabes aquelas borboletas na barriga, sorriso tolo e o bater rápido do coração ? Vais voltar a senti-los, prometo. E garanto-te ainda que desaparecem tão rápido quanto apareceram.
Nada dura para sempre, só o amor. Mas não é o amor das borboletas, é o outro. Aquele que só dá chatices, o tal em que estás certa de que não faria qualquer sentido aceitar os defeitos de outra pessoa para além daquela que tens a teu lado. Esse.
E agora acabou. Mas não acabou tudo, se deres uma oportunidade a ti própria e te valorizares.
Antes de mais nada, sê feliz sozinha. Sê, não estejas, porque o estar, esse, também acaba.
O que é que te leva a ficar calado, fazer o que não te apetece, fingir o que não és, preferir o certo ao errado?
Tens medo.
Esqueces-te que, por vezes, é preciso experienciar para conhecer, sentir para viver, falhar para aprender.
Tens medo.
Assume os teus erros, mostra que és imperfeito. Mostra que és humano. Teme apenas que esse teu receio te impeça de conquistar os teus sonhos, os teus objectivos.
Pois é, fui apanhada. Esta coisa de querer manter um espaço publico e, ao mesmo tempo, privado não é fácil e são cada vez mais pessoas a vir ter comigo dizendo que sabem perfeitamente quem é “ mulher com sorte”. Isabel Gonçalves, lamento, já foste.
Na verdade, não lamento nada. Já o tinha revelado a algumas pessoas, que achei merecerem saber. Estava “mortinha” para o contar a toda a gente, tal não é a importância que este “refúgio virtual” começa a ter para mim. Sinceramente, não o entendo como uma forma de “ego”, de querer chamar a atenção ( isso acontece-me mais com o Facebook, como a quase todos, através dos likes nas fotos e os comentários a dizer que sou gira e porreira. Não, nem sempre acredito, porque também eu sou capaz de comentar “linda” numa foto de alguém com um rosto semelhante à duquesa de Alba.) . O blog é apenas uma forma de expressar aquilo que sinto, criar histórias, dar a minha opinião, reforçar certas ideias, elogiar alguns, criticar outros, através da escrita. Desejo que o conheçam porque acho que, por vezes, uma palavra, uma frase, uma experiência minha poderá ajudar pessoas, conhecidas ou não, se for bem transmitida.
Já vos disse que ajudar alguém é uma, talvez a melhor, forma de um egoísta ser generoso? E eu considero-me, tantas vezes, uma egoísta.
Não tenho muitos seguidores, e também não sigo muitos, mas, honestamente, eu não escrevo para eles…escrevo para mim, por mim, porque gosto. Podem dizer que não tem valor, que é ridículo, podem até nem sequer o ler, mas aos meus olhos ele faz todo o sentido e, por isso, vou continuar até que deixe de ter significado.
A Isabel dá, finalmente, lugar à Inês, sim, que vai deixar, sem medos, de querer ser outra pessoa.