Há coisas que pensas nunca mais voltar a acontecer, perde-las no tempo sem te dares conta de quando e onde as perdeste. E, assim que te lembras delas, sentes a importância que ainda têm na tua vida.
Dói, não é?
E a dor é insuportável, para todos, especialmente para os que se conformam à sua presença. Os que baixam os braços. Os que aceitam sofrer admitindo o que têm, pelo medo de sofrer a arriscar ter outra coisa qualquer. Os que se resignam.
E não são poucos.
Há coisas que podem não voltar a acontecer, mesmo aquelas, sobretudo essas, que julgavas serem para sempre.
Até os que não acreditam na eternidade, em algum momento das suas vidas, esperaram que não acabasse.
Existem sentimentos, pessoas e palavras infindáveis. As palavras nunca findam, mal de mim se assim fosse, mas por vezes é preciso silenciá-las. O silêncio também importa, existe o que só se entende calado. E há sentimentos e pessoas que podem, e devem, desaparecer também. Por um momento, por um dia, por uma vida. Porque é preciso.
Raios partam aquilo que é preciso, que quase nunca bate certo com o que tens. E o que queres.
Há coisas que podem não voltar a acontecer, ou talvez mesmo coisa nenhuma se repita. Tu, e admito que eu também, é que te convences do contrário. Seja o que for, seja quem for, amanhã ainda vai lá estar.
E quando não está, arrependes-te. E depois dói, ah pois. Porque nunca ninguém valoriza no tempo certo, e perde sem se dar conta de quando e onde perdeu.
Nem todos os sorrisos são verdadeiros, já para não falar das pessoas.Quem diz a verdade não merece castigo, e mesmo que merecesse eu continuaria a dizê-la.
Existem os que sorriem para mostrar que são felizes, também existem os que não sorriem, e os que sorriem para mostrar coisa nenhuma.
Estes, a quem não lhes interessa o que mostram, sorriem e pronto. Pronto, com o corpo todo, bem ou mal, feio ou bonito, e o típico brilho nos olhos.
Sorriem e pronto, todos os dias.
O sorriso é como a felicidade, ou és ou estás.
Sou sorrir, e ainda tenho a sorte de ser feliz também.
Tem vezes em que vale a pena desistir, ou simplesmente parar de insistir no que não vale a pena.
Existem por aí muitas coisas que não valem a pena. Nem a pena, nem nada. Não valem nada.
Não é assim?
Não é.
Ah, sim!
Há um valor em tudo, mesmo no que parece não ter valor nenhum. Até o que parece não ter valor nenhum deve ser valorizado.
E se desististe foi porque tentaste.
Ninguém desiste do que não tentou.
Ou desiste?
Desistir é bom. Infelizes aqueles que continuam a lutar pelo que já não faz sentido. Os que se recusam a aceitar um fim e evitar um novo começo só porque sim.
Não significa nada, mas persistem porque sim.
Porque sim é o que eles dizem, mas porque não é que é.
Porque não arriscam, porque não é seguro, porque não sabem o que vem depois, porque não querem.
Perdes, e desconfias de ti. Duvidas de ti, e duvidas de tudo.
Mas, já dizia o outro, só percebes que perdeste depois de ter perdido. E, esta digo eu, nunca ninguém se encontrou sem antes ter falhado. E perder é falhar, às vezes é.
Por isso, ou por outra coisa qualquer se quiseres, falha, erra, desacerta. Perde. Mas, por favor, não te percas de ti mesmo.