Para sempre, ou não?
Há coisas que pensas nunca mais voltar a acontecer, perde-las no tempo sem te dares conta de quando e onde as perdeste. E, assim que te lembras delas, sentes a importância que ainda têm na tua vida.
Dói, não é?
E a dor é insuportável, para todos, especialmente para os que se conformam à sua presença. Os que baixam os braços. Os que aceitam sofrer admitindo o que têm, pelo medo de sofrer a arriscar ter outra coisa qualquer. Os que se resignam.
E não são poucos.
Há coisas que podem não voltar a acontecer, mesmo aquelas, sobretudo essas, que julgavas serem para sempre.
Até os que não acreditam na eternidade, em algum momento das suas vidas, esperaram que não acabasse.
Existem sentimentos, pessoas e palavras infindáveis. As palavras nunca findam, mal de mim se assim fosse, mas por vezes é preciso silenciá-las. O silêncio também importa, existe o que só se entende calado. E há sentimentos e pessoas que podem, e devem, desaparecer também. Por um momento, por um dia, por uma vida. Porque é preciso.
Raios partam aquilo que é preciso, que quase nunca bate certo com o que tens. E o que queres.
Há coisas que podem não voltar a acontecer, ou talvez mesmo coisa nenhuma se repita. Tu, e admito que eu também, é que te convences do contrário. Seja o que for, seja quem for, amanhã ainda vai lá estar.
E quando não está, arrependes-te. E depois dói, ah pois. Porque nunca ninguém valoriza no tempo certo, e perde sem se dar conta de quando e onde perdeu.